terça-feira, 8 de junho de 2010

Lá vamos nós andar para trás...




Passei algum tempo envolvido em questões pessoais, não só aproveitei para perder tempo com elas como também me serviu para perceber que o mundo não pára quando nós paramos para rearranjar o nosso próprio mundo.
Durante esse período fui sentindo que de forma matreira no princípio e às claras agora, os poderes eleitos, sejam os locais como nesta cidade de Lisboa sejam os nacionais como os deste país Portugal, se aproveitaram para fazer ruir a fé nos homens/mulheres, mais uma vez e sempre pelos mesmos motivos; ganância desenfreada, a pestilenta ambição sem limites e o julgar que se é capaz de gerir um país somente porque se traz um partido atrás.
É verdade que sabendo ter sido por minha distracção que tudo à minha volta se alterou não é menos verdade que uma andorinha não faz a primavera e com isto quero simplesmente dizer que muitos como eu se distraíram enquanto aqueles em quem confiamos ou votamos para estarem atentos se aproveitaram do facto de também termos vidas próprias e de tudo foram capazes de fazer menos gerir parcimoniosamente o muito que tiveram com o pouco que sabiam. Dizem-nos agora que existem sacrifícios a fazer, trabalhamos pouco mas existem trabalhadores a mais, temos um dos mais baixos salários mínimos da Europa mas segundo parece gastamos muito.
Creio que alguns de nós aprenderam com os representantes do estado a trocar de automóvel de quatro em quatro anos, outros a comprar casa própria porque os líderes do país acharam por bem bonificar os juros e deixarem os bancos gerir o restante, deixamos de beber vinho da pipa ou do garrafão, o pão de lenha não aparece nas recepções milionárias que os nossos chefes eleitos se prestam a oferecer aos congéneres, mesmo aos mais criminosos e esses vêm de muitas partes do mundo. Acabamos por gostar de banana importada porque a nossa é pequena doce demais e apodrece depressa, mas a continuar o “despertar” atabalhoado do consumo nacional, “compre o que é nosso”, ainda vai ser crime comer banana que não seja da madeira. Mas há-de ser bem visto e aparecer em tudo o que é revista os desfiles de moda francesa ou italiana, e a portuguesa a querer vender lá fora. É uma grande chatice termos um mundo tão complicado até o nosso Presidente Cavaco (de Europeu a Nacionalista) já percebeu isso quando lhe acenam com os turistas estrangeiros que deixam mais dinheiro no Algarve que os portugueses.
Bancos foram à falência, políticos atribuem-se e atribuem autênticas fortunas em remunerações e reformas, corromperam-se e foram corrompidos, pediram favores e muitos favores fizeram, mas agora que já nada lhes falta (NÃO SE ILUDAM SE PENSAM QUE ALGUM POLÍTICO VAI FAZER ALGUM SACRIFÍCIO), dizem que a culpa é dos outros e o que são os outros? Somos nós! E pelo “nós” eu entendo os que nunca tiveram mais nada do que o produto do seu trabalho depois de pagar os impostos e as dezenas de taxas, os que vivem de cabeça erguida confiando na justiça, na seriedade e honestidade do próximo, os homens/mulheres de carácter e de princípios.
A culpa é minha porque realmente me distraí, mas antes da polícia me por a pagar mais multas, antes da EMEL me por a pagar mais estacionamento, antes da Brisa me por a pagar mais auto-estrada, antes de pagar a água mais cara a electricidade ao preço do ouro, e antes do governo me por a pagar tudo isto juntamente com a gasolina, o álcool, as taxas, mesmo antes de ter que deixar grande parte do meu ordenado através de um papel informático que chega aos cofres do estado pela Internet, este estado despesista, que só se organiza a si mesmo, que só facilita e moderniza os serviços que extorquem dinheiro aos cidadãos, mesmo antes disso tudo eu vou pagar um copo aos amigos e juntos havemos de cantar “Pega Ladrão” do companheiro “Gabriel o Pensador”.
E quando for a altura da polícia de intervenção fazer o seu ridículo papel, só espero estar ébrio para não dizer coisa com coisa e quanto mais merda eu for capaz de balbuciar melhor me vou safando, mais parecido vou estar com os meus representantes. Porque neste canto brilha muito o sol verdadeiramente, mas com as flores que teimosamente ainda vão aparecendo vem muita erva daninha e a porcaria no adubo é exactamente a mesma!
E eu com os amigos, havemos de terminar a revolução fazendo uma serenata ao relento e que a leve o vento:
– Até quando você vai levando porrada. Até quando vai ficar sem fazer nada. Até quando vai ser saco de pancada… Canta Gabriel, canta.
Beijos e abraços. Vou beber - do meu copo.

Oxay

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Só os sonhos completam a pintura da nossa própria realidade.©Kuntuala-Oxay Lobito2009
Como bonecos, vamo-nos tentando encaixar nos espaços livres, abandonados ou cedidos pelos outros. E se não deixarem então temos k obrigatoriamente os criar ou conquistar. A nossa liberdade será sempre proporcional ao nosso espaço e quando igualar o do vizinho é porque estamos no caminho certo! E onde isso nos leva? Não faço ideia.©Kuntuala-Oxay Luanda2009
Hoje em dia, devido à pressão da ganância e do make money as soon as you can, temos uma pobreza k veste a pele amarrotada da injustiça e uma riqueza a vestir a pele honrada e roubada dos outros.©Kuntuala-Oxay Luanda2009
©Kuntuala-Oxay Luanda2009
As cores do mundo em todo o mundo ©Kuntuala-Oxay Huambo2009
Mesmo de noite todas as cores são visiveis desde k se abra os olhos ©Kuntuala-Oxay Luanda2009
A distorção da realidade só deve ser feita no mundo das crianças... ©Kuntuala-Oxay Luanda2009

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Aceitar k estamos vivos é correr o risco de se deixar levar pelo sentir e pelo pensar. É permitir errar quando se pensa e admitir ter pensado quando se sente, o resultado é sermos tão desprovidos de obra quanto bem servidos de humanidade, queremos tanto ouvir, cheirar, ver, inebriando-nos em nós mesmos; autêntica autofagia do material, k existe para ser consumido não para consumir; o espírito esse guia sem horizonte, e na disposição desse tempo, apaixonamo-nos pelos sentimentos fumegantes do sentir. E apaixonamos! Pois tocamos, olhamos, deslizamos os dedos, cheiramos, sabemos k somos só humanos não somos nenhuma raça alienígena superior, seres k querem sentir e assim deixar os outros sentir de igual maneira, deixando-os apaixonarem-se também, e fornecendo-lhes o tempo, para k sintam com a mesma intensidade o suave toque dos dedos pelo rosto de um ser humano. ©Kuntuala-Oxay Luanda2009
©Kuntuala-Oxay Luanda2009
©Kuntuala-Oxay Luanda2009
©Kuntuala-Oxay Luanda2009
©Kuntuala-Oxay Luanda2009
©Kuntuala-Oxay Luanda2009
©Kuntuala-Oxay Huambo2009

-todos os cantos são bons para ter flores-